As investigações avançaram, após a extensa sessão de coleta de depoimentos dessa terça-feira (17) da CPI do Lixo, na Câmara de Arapiraca, marcada por contradições e a negativa em responder importantes questionamentos apresentados por vereadores a depoente do dia, a secretária de Serviços Públicos, Carol Valeriano.
Inicialmente, ao ser questionada pelo relator, vereador Drº Fábio, sobre seu contrato de trabalho via CLT com a empresa envolvida na Lava Jato Andrade Gutierrez e o acúmulo simultâneo do cargo como técnica da prefeitura, Carol Valeriano se negou a esclarecer o fato e fugiu pela tangente.
Depois, pressionada e vendo os fartos documentos apresentados na sessão da CPI, recuou. Ela se limitou a dizer que trabalhou, sim, na empresa e também desempenhou simultaneamente suas funções na Prefeitura de Arapiraca.
Ainda durante o depoimento, os vereadores divulgaram documentos e postagens nas redes sociais da própria secretária que escancaram que ela trabalhou em obras da empreiteira nos anos de 2019 e 2020 no estado de Mato Grosso e, ao mesmo tempo, tinha vínculo de servidora pública com a gestão municipal. O problema, segundo os vereadores, é que, além de a lei proibir tal manobra, Mato Grosso fica a 2.231 km distante de Arapiraca.
“Seria uma servidora fantasma?”, indagou um dos parlamentares presentes à CPI após a revelação dos documentos nessa terça.
Outro ponto obscuro levantado pela CPI diz respeito aos custos com a limpeza urbana do município, bem como a demora em realizar um processo licitatório para a limpeza urbana do município. Os vereadores destacaram que são quase dois anos que a empresa Ciano atua de forma clandestina e contra a lei.
Mesmo sendo questionada sobre a lentidão e se alguém é favorecido com isso, a secretária não respondeu de forma convincente sobre os motivos de Arapiraca insistir em manter o pagamento por meio de indenização e com suspeitas de irregularidades, conforme as denúncias relatadas na CPI.