"O combate à fome é uma prioridade de nosso governo". A afirmação é do governador Paulo Dantas, e foi feita na manhã desta sexta-feira (7), durante encontro que marcou o início do trabalho integrado de várias secretarias e órgãos estaduais no combate à insegurança alimentar em Alagoas.
Com o lema "Alagoas sem fome", o evento reuniu secretários de Estado e diretores de órgãos públicos no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Jaraguá. O encontro trouxe a Maceió técnicos do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, e do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que apresentaram dados e programas do governo federal na área.
O primeiro ato do governador no encontro foi dar posse aos integrantes da Câmara Setorial de Saúde Alimentar e Nutricional (Caisan), que faz parte do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), do Governo Federal. Foram empossadas as secretárias de Estado de Assistência e Desenvolvimento Social, Katia Born (presidente); do Gabinete Civil, Rosaene Vasconcelos; e da Agricultura, Carla Dantas.
O objetivo do Caisan é promover a articulação dos órgãos e entidades da administração estadual para executar os programas de combate à insegurança alimentar em Alagoas.
"A sociedade espera que o Governo de Alagoas se dedique a acabar com a pobreza e a fome, e vamos precisar de todos os secretários nessa luta, porque esse trabalho é transversal, não é de um só", afirmou Katia Born, que fez questão de agradecer o empenho da primeira-dama Marina Dantas, coordenadora do programa Vida Nova na Grotas.
"Uma mulher que saiu do Sertão para ajudar o povo nas grotas", ressaltou.
Para o governador Paulo Dantas, Alagoas precisa de projetos urgentes e consistentes para combater a fome e a desigualdade social, e para isso é preciso unir as esferas de governo e a iniciativa privada.
"Nós temos que envolver os municípios, os governadores, o Governo Federal e, muito importante, a iniciativa privada", afirmou.
"Precisamos ouvir homens e mulheres com capacidade técnica para orientar os bons projetos". Segundo Paulo, Alagoas será mais feliz quando todos tiverem emprego e renda.
"Queremos ver as pessoas empregadas, acordando cedo para trabalhar, dando conforto às suas famílias, com acesso à saúde, educação", afirmou.
"E esse é o nosso objetivo aqui no encontro. Quero chegar ao final do mandato com uma realidade muito melhor no Estado, e vamos conseguir", ressaltou, relembrando que Alagoas é o estado que gerou proporcionalmente mais empregos no país no último quadrimestre.
Já o vice-governador Ronaldo Lessa, que em 2004 criou o Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecoep), reafirmou que o combate às desigualdades sociais não passa apenas pelas ações da assistência social.
“Todo o governo tem que estar empenhado, porque, quando o governo se empenha, a iniciativa privada chega junto”, afirmou. Ele relembrou que a luta para reduzir os altos índices de mortalidade infantil que Alagoas registrava nos anos dois mil uniu governos, empresas, ongs, igrejas e até entidades internacionais.
Aumento no número de carteiras assinadas
Segundo dados apresentados pela secretária extraordinária de Combate à Pobreza do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Valéria Torres, o país tem hoje cerca de 33 milhões de pessoas com insegurança alimentar, e 38,4% delas estão no Nordeste. Além disso, 65% das pessoas que passam fome são pretas ou pardas, e 64% são mulheres chefes de família.
“É por isso que ações como essa do Governo de Alagoas são importantes, para que a gente cumpra a meta anunciada pelo presidente Lula, que é de erradicar a fome do país em 2030”, disse. Alagoas vem fazendo a sua parte nessa luta.
O estado registrou em 2022 crescimento de 13,4% no número de carteiras assinadas em relação ao ano anterior. Foram cerca de 40 mil novos empregos, o maior patamar registrado desde 2015.
Além disso, Alagoas teve no último trimestre o maior avanço nessa área entre todas as unidades da federação, segundo pesquisa do IBGE. O contingente médio anual da população ocupada em Alagoas cresceu 3,5%, chegando a 1,2 milhão de alagoanos no ano passado.
O diretor-adjunto do Dieese, Silvestre Prado Oliveira – que foi um dos palestrantes do encontro –, elogiou a iniciativa do Governo do Estado de discutir o problema da fome em Alagoas e convocar o secretariado para trabalhar junto nessa luta.
“Seria muito salutar que os demais estados seguissem esse exemplo”, concluiu.