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04 Sep
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Uma pesquisadora da Universidade Estadual de Ciências da Saúde (Uncisal) foi aprovada em duas chamadas públicas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), dentro do Programa "Mais Ciência, Mais Futuro": o Edital para Organização de Eventos Científicos (AORC) e o Edital de Auxílio à Participação em Reunião Científica (ARC). Juliane Cabral está vinculada à Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) e ao Centro Universitário Cesmac, e é fisioterapeuta e doutora em biotecnologia. 

O encontro a ser organizado pela acadêmica será de alcance nacional, e o trabalho apresentado por ela representou os estudos alagoanos na França. Seu artigo, aprovado em Paris, na França, surgiu de uma orientação de dissertação do Programa de Pós-Graduação de Análise de Sistemas Ambientais (PPGASA) do Cesmac, e foi executado com pacientes do Cedim, Centro de Diagnóstico e Imagem) da Uncisal, tendo sido inscrito enquanto colaboração entre as instituições. O trabalho envolveu estudantes da graduação (ligados ao Programa de Bolsas de Iniciação Científica, Pibic) e da pós-graduação, mais um pesquisador da França e outros estudiosos do Cesmac e da Uncisal. 

“A gente já tinha aprovado o estudo no Trends in Natural Products Research – PSE Young Scientists Meeting (encontro de jovens cientistas ocorrido em Paris, em junho deste ano), o que era um pré-requisito da Fapeal. E aí então, com edital ARC, eu fui apresentar este trabalho na França”, citou a professora. 

O objetivo dessa pesquisa foi identificar qual o perfil do usuário de plantas medicinais. A pesquisadora queria saber se a pessoa fazia uso de ervas, qual parte da planta era utilizada e como era feito o preparo para o uso, entre outros tópicos. Essas questões eram importantes, uma vez que muitos pacientes fazem o uso indevido de chás medicinais, sem perguntar ou dispor de orientação médica, e por isso acabam não tendo o resultado esperado ou chegando até a ter efeitos colaterais.  

“Em outra pesquisa que eu também já realizei na patologia do câncer, muitas pessoas utilizavam plantas e chás e não comunicavam ao médico. Isso pode ter interferência no tratamento, porque as pessoas acreditam que chás e plantas não fazem mal”, frisa a doutora em biotecnologia. 

“A maior importância da pesquisa é o social, porque as pessoas têm de se educar acerca dos usos e potenciais que as plantas possuem. Você não pode usar chá de qualquer jeito, não se pode pegar todas as plantas. Há espécies que têm contra indicação, dependendo da doença, e essas pessoas não podem, principalmente, substituir a prescrição médica utilizando chás”, explicou Juliane Cabral.


Organização de Evento Científico 

Quanto à chamada AORC, a acadêmica aprovou o II Evento Norte e Nordeste de Pesquisa e Pós-Graduação. O encontro nacional já teve a sua 1ª edição em 2022, porém num formato menor e sem verba específica. Este ano, com a entrada da Uncisal no Renasf (o programa de mestrado Rede Nordeste de Formação em Saúde da Família, em parceria com a Fiocruz do Ceará), os pesquisadores conseguiram ampliar o alcance do evento. 

Na organização, estão os professores e o coordenador do Doutorado Interinstitucional realizado pelos professores da Uncisal junto a Universidade de São Paulo, com fomento da Fapeal. Todos os Programas de Pós-Graduação da Uncisal estarão participando do evento: o Renasf, o de Fonoaudiologia, o de Educação Especial e o de Ensino na Saúde e Tecnologia. A finalidade do encontro é estimular a capacidade reflexiva dos graduandos, pós-graduandos e profissionais da saúde, com o intercâmbio de experiências, no intuito de elevar a qualidade das pesquisas e do debate da ciência. 

“O que a gente priorizou é que se possa ter a discussão com pesquisadores de várias regiões. E a gente também vai fazer um momento com os egressos, que é algo que hoje a Capes avalia, e nós iremos trazê-los para apresentarem trabalhos”, cita a fisioterapeuta.

As trocas de aprendizagem devem fazer com que os pesquisadores possam visualizar novas perguntas para os seus próprios trabalhos. Nos momentos de apresentações, a banca avaliadora trata igualmente sugestões e incentivos, porque não serão aceitos somente trabalhos concluídos, a ideia é fomentar e auxiliar as análises que ainda estão em construção. 

“O ganho é a gente tentar criar principalmente parcerias, fortalecer as redes que temos hoje, porque ninguém consegue construir pesquisa sozinho. A gente tem todo o fomento da Fapeal, por exemplo, do CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico], mas sempre precisamos de equipamentos, de uma ideia, de uma discussão com outros pesquisadores mais experientes, e eles vão ter essa oportunidade sem custo, porque o evento é gratuito”, frisou a acadêmica. 

Relevância da Fapeal 

Sobre os auxílios fornecidos pela Fapeal, Juliane Cabral cita que a Fundação deu total apoio em diversas ações de pesquisa. Hoje, a Fapeal apoia a Uncisal com 54 bolsas do Pibic. A professora, inclusive, dispõe de dois bolsistas inseridos no programa, e outros dois já foram aprovados para o próximo ciclo. 

A estudiosa também completou falando sobre a importância do apoio para o Laboratório de Produtos Naturais e Reabilitação da Uncisal, uma vez que ele não existiria sem o fomento, pois foi equipado com recursos da Fapeal, através do Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS), e do edital Universal do CNPq. Ela frisa que investir em ciência é vital para que as universidades estaduais mantenham os estudos, e para atender à população local. 

A Uncisal não cumpre apenas a missão didática, mas está ligada diretamente às comunidades atendidas pelo SUS. 

O Programa Mais Ciência, Mais Futuro é uma iniciativa do Governo de Alagoas, através da Secti e Fapeal. Lançado em abril de 2023, prevê investimentos de R$ 200 milhões até 2026. Os editais ARC e AORC se encontram no aporte inicial de R$ 33 milhões, previsto para 2023, que engloba, também, outras formas de apoio a projetos científicos, bolsas de pesquisa, infraestrutura e equipamentos.

 

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